Aparecem regularmente no início da Primavera. Têm como características a estrutura de materiais rudes e o exagero do tamanho. São os Objectos Pindéricos Identificados (O.P.I.) que a Câmara Municipal do Porto dissemina cuidadosamente, ano após ano, em locais emblemáticos da cidade, como se de instalações artísticas se tratasse. Primam pela falta de sensibilidade, constituindo-se como um insulto à paisagem urbana, já de si emporcalhada por uma sinalética descuidada, decadente, e por bandeirolas e pendões publicitários poluentes e inúteis.
Nas imagens podem ver duas dessas coisas reles instaladas à beira-rio. Uma no belo Jardim do Passeio Alegre, entre os elegantes obeliscos desenhados por Nicolau Nasoni no século XVIII, e a outra na Avenida de D. Carlos I, como infeliz companhia das palmeiras-das-canárias que Eugénio de Andrade referiu serem «altas como os marinheiros de Homero».
15.8.16
14.4.16
Um enorme disparate
Não é a primeira vez que a Ponte Maria Pia é alvo de ideias disparatadas. Em 2013, alguém propôs que a ponte fosse desmontada e transportada para um espaço existente entre a Rua dos Bragas e a Rua de Álvares Cabral. Agora surgiu outra ideia, a construção de um novo tabuleiro na ponte metálica, que está classificada como Monumento Nacional desde 1982 e que recebeu, em 1990, a distinção de Internacional Historic Civil Engineering Landmark da American Society of Engineering.
Estas ideias são tão absurdas que deveriam chamar a atenção dos responsáveis municipais do Porto e de Gaia, para o abandono a que a ponte, inaugurada em 1877, está votada. Enquanto isso não acontece, não faltará por aí, entre o foguetório vigente, quem confunda património com a disneylândia. A ler aqui.
Estas ideias são tão absurdas que deveriam chamar a atenção dos responsáveis municipais do Porto e de Gaia, para o abandono a que a ponte, inaugurada em 1877, está votada. Enquanto isso não acontece, não faltará por aí, entre o foguetório vigente, quem confunda património com a disneylândia. A ler aqui.
23.3.16
18.2.16
O triste destino de uma obra de arte
O Rapto de Ganimedes, de António Fernandes de Sá que o esculpiu em 1898, esteve na Praça da República entre 1914 e 2010. Foi em má hora que o desalojaram de lá e o colocaram num sítio esconso do espaço arbustivo conhecido como Jardim da Cordoaria. Provavelmente para fazer companhia ao monumento a António Nobre que se encontra num estado deplorável de abandono (ver aqui e aqui), à estátua corroída de Ramalho Ortigão e à escultura A Flora, que tem o pedestal vandalizado. Perante tal cenário, não tardou que o nome da escultura, composto por letras em bronze, desaparecesse. Mas o azar desta obra de Fernandes de Sá, premiada em Paris em 1898 e em 1900, não ficou por aqui.
Alguém da Câmara Municipal do Porto entendeu que a envolvente da estátua que representa uma criança, seria o local ideal para instalar um parque infantil. E assim o fez. Veio a empresa municipal de Gestão e Obras Públicas, que prendeu com arames à escultura uma placa azul a publicitar tão notável obra, e começaram os trabalhos. Agora, aquele objecto de arte do século XIX tem mesmo ao lado um piso amarelo anti-derrapante e umas estruturas modernaças de materiais compósitos que (quem sabe?), talvez possam levar o pequeno Ganimedes a saltar das asas da águia raptora e brincar um pouco por ali, algo com que nunca terá sonhado. E, de seguida, fazer um manguito à Câmara do Porto.
Alguém da Câmara Municipal do Porto entendeu que a envolvente da estátua que representa uma criança, seria o local ideal para instalar um parque infantil. E assim o fez. Veio a empresa municipal de Gestão e Obras Públicas, que prendeu com arames à escultura uma placa azul a publicitar tão notável obra, e começaram os trabalhos. Agora, aquele objecto de arte do século XIX tem mesmo ao lado um piso amarelo anti-derrapante e umas estruturas modernaças de materiais compósitos que (quem sabe?), talvez possam levar o pequeno Ganimedes a saltar das asas da águia raptora e brincar um pouco por ali, algo com que nunca terá sonhado. E, de seguida, fazer um manguito à Câmara do Porto.
15.2.16
10.2.16
9.2.16
8.2.16
Subscrever:
Mensagens (Atom)
Etiquetas
A Brasileira
A passagem do tempo
Avenida da Ponte
Avenida de Vímara Peres
Bairro do Aleixo
Calçada da Corticeira
Câmara Municipal do Porto
Carregal
Cinema Águia d'Ouro
Clérigos
Cordoaria
Edifício Imperial
Fontainhas
Fontes do Porto
Fontinha
Grafismos
Guindais
Horrores urbanos à moda do Porto
Jardim Botânico
Largo do Moinho de Vento
Largo do Terreiro
Largo dos Lóios
Livrarias
Mamarrachos
Mercado do Bom Sucesso
Miragaia
Monumento a António Nobre
O chão surrado
O Porto a oriente
O Porto não é a Disneylândia
O Rapto de Ganimedes
Outros temas
Pena Ventosa
Polícia de Segurança Pública
Ponte Maria Pia
Porto Património Mundial
Praça da Batalha
Praça da Liberdade
Praça da República
Praça da Ribeira
Praça de Almeida Garrett
Praça de Carlos Alberto
Praça de Gomes Teixeira
Praça de Lisboa
Praça do Infante
Praça dos Poveiros
Rua Barão de Nova Sintra
Rua da Bainharia
Rua da Madeira
Rua da Ponte Nova
Rua da Reboleira
Rua das Flores
Rua das Taipas
Rua de 31 de Janeiro
Rua de Álvares Cabral
Rua de Ceuta
Rua de Cimo de Vila
Rua de Fernandes Tomás
Rua de Gonçalo Cristóvão
Rua de Júlio Dinis
Rua de Miguel Bombarda
Rua de Mouzinho da Silveira
Rua de Passos Manuel
Rua de S. Bento da Vitória
Rua de S. João Novo
Rua de S. Miguel
Rua de S. Sebastião
Rua de Sá da Bandeira
Rua de Sá Noronha
Rua de Sampaio Bruno
Rua de Santa Catarina
Rua de Trás
Rua de Trindade Coelho
Rua do Almada
Rua do Bonjardim
Rua do Cativo
Rua do Infante D. Henrique
Rua do Souto
Rua dos Caldeireiros
Rua dos Mercadores
Rua dos Pelames
Rua Escura
Sem Abrigo
Terreiro da Sé
Travessa da Rua Chã
V.N.Gaia
Viela do Anjo
Viela do Buraco
Virtudes
Vitória
Não deixe de visitar
Ligações
Acerca de mim

- Carlos Romão
- Uma vida ao serviço da comunicação empresarial, como fotógrafo, videógrafo, designer gráfico e redactor publicitário.