9.7.17

Atenção senhores, abriu a época balnear na Praia das Pastoras!


Este ano, o prestimoso município portuense presenteou-nos, no começo da época balnear, com um belíssimo tapete de asfalto que permite estacionar automóveis numa zona de peões em sã convivência com bicicletas, cadeiras de rodas, carrinhos-de-bebé e gente apeada a passear à beira-mar. Se isto não servisse para mais nada, provaria que a demarcação de pistas para circulação de veículos de duas rodas ao longo da frente marítima do Porto, não passa de um capricho de alguém que não tem que fazer ao dinheiro.

Mas não é tudo. Os cidadãos podem ainda usufruir de duas grandes placas informativas desajustadas do local, dois inestéticos contentores-de-lixo (cenários que não quereríamos em nossa casa) e uns sanitários profusamente decorados, providos de um varandim donde se domina a praia. A avaliar pelo que observamos no local, estes sanitários devem ser um êxito. Para completar o cenário descrito, pendem, dos lampiões de iluminação pública, uns panos cor de sangue com apelos ao consumo de álcool.

Agradeçamos pois, aos pelouros do Ambiente e da Mobilidade do município, esta intervenção digna de qualquer cidade concorrente à localização da Agência Europeia do Medicamento, a que o Porto de propõe.

22.5.17

Lado a lado


Sim, é lado a lado que pode observar-se o contraste entre a loja que se esforça por vender conforto e a realidade exposta duas portas adiante, na rua de Júlio Dinis. Esta artéria, que foi próspera até um passado recente e hoje está quase sem moradores e com várias lojas devolutas, é um espelho do que se passa na zona da Boavista e um pouco por toda a cidade. A população continua a abandonar o Porto por não ter meios para fazer frente à sempre crescente especulação imobiliária, e alguns dos que ficam arrastam-se pelas ruas sem condições de subsistência. Basta estar atento para observar que, apesar da propaganda oficial, não há European Best Destination, ou melhor, não há circo que esconda a falta de pão.



19.4.17

Horrores urbanos à moda do Porto


VI - Rua General Sousa Dias

Houve um tempo em que o conceito de urbanismo passava por demolir, construir de novo e facilitar a circulação automóvel. Foi assim que aconteceram as demolições documentadas nas imagens, dando origem ao viaduto de Duque de Loulé. Quer dizer, cumpriu-se uma premissa, a do incentivo ao uso do automóvel, deixando a de refazer cidade para melhores dias. Isto foi há 52 anos, no coração do Porto. De então para cá, com tantas juras juradas de amor pela cidade e declarações de boas intenções, não houve um único responsável político municipal que acabasse de vez com este horror urbano, onde até as palmeiras, única nota de graça ali existente, desistiram de viver.





1.4.17

O desaparecimento do busto de António Nobre no JN


O Jornal de Notícias de hoje aborda, na sua edição em papel, o desaparecimento do busto de António Nobre do jardim de João Chagas. O jornal tentou, em vão, obter esclarecimentos sobre esta matéria junto da Câmara Municipal do Porto. Entretanto, a agência de notícias Lusa difundiu uma notícia redigida com base numa fonte do gabinete de comunicação da câmara, onde é afirmado que o busto do poeta portuense foi roubado em Janeiro passado, tendo o caso sido comunicado à PSP.



A CMP, que não faz qualquer referência ao abandono a que o monumento a António Nobre está votado há pelo menos dez anos, afirma ainda que o fenómeno do vandalismo na cidade do Porto existe, não é menor, ou seja, é algo que tem a sua importância e que tem vindo a ser acompanhado pela câmara e pelas autoridades. Para ler a notícia da Lusa clique aqui.

30.3.17

Só lhe faltava isto



O busto em bronze de António Nobre desapareceu do Jardim de João Chagas, na Cordoaria, há pelo menos um mês. A avaliar pelo silêncio, a cidade nem deu por isso. Ou então, o que é mais provável, não deu importância ao sucedido, deslumbrada que anda com o seu próprio umbigo.
Sujo, como estão quase todas as esculturas da cidade, e votado ao abandono há pelo menos dez anos, o monumento ao poeta portuense tem servido de sanitário, lixeira, depósito de seringas e até, como foi relatado aqui, de local para uma festarola de promoção de uma marca de cerveja.
Com o decorrer do tempo raparam-lhe os motivos decorativos, da autoria de Henrique Moreira. Depois desapareceram as inscrições em bronze. Por último foi-se o busto que terá tido o destino de outra escultura outrora residente ali perto, A Anja de José Rodrigues, roubada e encontrada retalhada numa oficina, para derreter.
Embora não pareça, esta é a mesma cidade que, com outra gente menos bárbara, patrocinou a execução do monumento e o inaugurou no dia 26 de Março de 1927, ao som de A Portuguesa, executada pela banda do Asilo do Terço perante inúmeras individualidades portuenses.
A figura delicada do poeta do - título da única obra que viu publicada em vida - foi modulada em Paris, em 1892, por Tomás Costa, o escultor do Monumento ao Infante D. Henrique, no Porto. A partir daquele exemplar foi fundido o que se encontrava na Cordoaria, integrado num lugar de memória projectado por António Correia da Silva, o arquitecto do Mercado do Bolhão e do edifício da Câmara Municipal do Porto.

Para saber mais sobre o monumento a António Nobre clique aqui.

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