18.2.16
O triste destino de uma obra de arte
O Rapto de Ganimedes, de António Fernandes de Sá que o esculpiu em 1898, esteve na Praça da República entre 1914 e 2010. Foi em má hora que o desalojaram de lá e o colocaram num sítio esconso do espaço arbustivo conhecido como Jardim da Cordoaria. Provavelmente para fazer companhia ao monumento a António Nobre que se encontra num estado deplorável de abandono (ver aqui e aqui), à estátua corroída de Ramalho Ortigão e à escultura A Flora, que tem o pedestal vandalizado. Perante tal cenário, não tardou que o nome da escultura, composto por letras em bronze, desaparecesse. Mas o azar desta obra de Fernandes de Sá, premiada em Paris em 1898 e em 1900, não ficou por aqui.
Alguém da Câmara Municipal do Porto entendeu que a envolvente da estátua que representa uma criança, seria o local ideal para instalar um parque infantil. E assim o fez. Veio a empresa municipal de Gestão e Obras Públicas, que prendeu com arames à escultura uma placa azul a publicitar tão notável obra, e começaram os trabalhos. Agora, aquele objecto de arte do século XIX tem mesmo ao lado um piso amarelo anti-derrapante e umas estruturas modernaças de materiais compósitos que (quem sabe?), talvez possam levar o pequeno Ganimedes a saltar das asas da águia raptora e brincar um pouco por ali, algo com que nunca terá sonhado. E, de seguida, fazer um manguito à Câmara do Porto.
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- Carlos Romão
- Uma vida ao serviço da comunicação empresarial, como fotógrafo, videógrafo, designer gráfico e redactor publicitário.
Amigo Carlos Romão, que bom "encontrá-lo!"
ResponderEliminarTão lamentável!.
Grande abraço.
Maria Mamede
Um abraço, Maria Mamede.
ResponderEliminarDê uma olhada nesta postagem. Parte de um legado deixado pelos imigrantes AÇORIANOS no Vale do Rio Jacuí/RS.É apenas a primeira postagem de muitas...arquitetura colonial portuguesa no Brasil: http://mfz026.wix.com/urban-photography?fb_ref=Default
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